quarta-feira, 15 de junho de 2011

Exibição do documentário "End:Civ"

Dia 18 de Junho

16h30

"Ao longo de uma paisagem devastada, de imagens que nos transportam das rotinas do nosso quotidiano até aos nossos mais temíveis pesadelos, faz-se um exame das causas e consequências da devastação ambiental e destruição animal que impera hoje no nosso mundo. A partir de algumas das premissas do livro "Endgame" de Derrick Jensen, End:Civ é um documentário que procura perpassar, utilizando diversas narrativas, os mais diferentes aspectos de uma cultura ecocída e genocída, que não olha a meios para atingir os fins, ainda que esses meios sejam por si mesmo suicídas. Nesse percurso, faz-se uma análise da forma como os diversos recursos naturais são consumidos, deixando para trás uma paisagem de desolação, a forma como a violência sistematizada e institucionalizada é utilizada, destruindo paisagens e outras culturas, e a forma como podemos resistir a essa cultura civilizacional de morte. Mais do que um documentário, End:Civ procura ser uma arma de ataque contra uma civilização à beira do abismo."

Realizador: Franklin López

Duração: Apróx. 75 minutos

Língua: Inglês (legendado em castelhano)

http://endciv.com/

Dia 25 de Junho

16h30

Apresentação da compilação de textos de Christian Ferrer “A Viragem Pornográfica e outros textos sobre a sociedade pornográfica”, promovendo um debate sobre A Indústria e Mercantilização do Corpo – Consumismo e Escapismo.

Seguido de petiscos para angariação de fundos para as despesas correntes do CCL.

“A abundância é tanta que já não é surpreendente o rápido desenvolvimento e o êxito da implantação das indústrias do corpo. A farmacopeia da felicidade, as sucessivas gerações de anti-depressivos, as ondas de pornografia e os enclaves urbanos em que se formata o corpo são reveladores de sintomas ao mesmo tempo que são experiências bem-vindas. A sua profusão adquere sentido em sociedades altamente tecnificadas que promovem o valor do intercâmbio do corpo: cumprem tarefas de amortização.”

“A emancipação da pornografia não foi obra dos seus aficionados mas sim de necessidade colectiva de identificar um género que desse conta de novas experiências e expectativas sensoriais. E a essência do género condensa-se numa mensagem de felicidade partilhada. Habitualmente, e se se deixarem de parte alguns extremos criminais, os actores pornográficos são felizes e a sua mensagem é a de que todos merecem o direito igualitário ao orgasmo e sem distinção de sexos, de raças ou classes sociais. Mais especificamente, a pornografia pode ser englobada num género maior, ao qual podemos chamar “idílico”.”

“A pornografia apresenta-se na sociedade promovendo uma viragem, fazendo pressão sobre costumes e expectativas sociais: sobre a dieta alimentar, o trabalho de ginásio, o consumo de objectos eróticos, o desenho de moda e sobre outros géneros mediáticos, em cujas margens proliferam dezenas de industrias para um mercado emergente: do sex-shop à cirurgia estética, da lipoaspiração à prostituição de luxo, do rastreio biotecnológico dos genes do prazer à selecção de promotoras de mercadorias, e da auto-produção da aparência, tanto para a ordem laboral como para animar festas de adolescentes. O etc é largo e os incómodos e inconvenientes que estas ginásticas supõem são suportados porque se entendem como sofrimentos dotados de sentido.”

In A Viragem Pornográfica: O Sofrimento sem sentido e a tecnologia