17h – Conversa
20h – Jantar benefit para companheiros italianos
Desde há alguns anos ouve-se falar de quarta revolução industrial. Esta é a
última mudança do modo de produção capitalista. É um processo de reestruturação
feito pela introdução de técnicas tais como inteligência artificial, internet
das coisas, robôs, realidade aumentada, big data, etc.
A partir da 1ª Revolução Industrial, as máquinas vieram substituir,
gradualmente, o trabalho humano: desde o fim do século XVIII com a introdução
do tear mecânico e o uso do motor a vapor, a primeira linha de montagem
alimentada pela energia elétrica em 1870, os primeiros softwares em 1969 e o
controlo automatizado das fábricas, até às smart factories dos nossos dias.
Estes são apenas uns poucos dos muitos exemplos de mudança do modus operandi
da produção capitalista, mudanças prestes a acontecerem também no âmbito político.
Suportada pelo auxílio das novíssimas tecnologias, a viragem autoritária que
está a envolver, em primeira linha, os países da União Europeia está à vista de
todos. As medidas de lockdown, junto com a incrementação do controlo policial,
estão a limitar os assim-chamados “direitos do Estado liberal-democrático”,
deixando intactas as suas estruturas formais (Parlamentos, Sistemas
Judiciários, Formas de governo etc). Contra isso tudo, em diferentes partes do
mundo, um movimento amorfo e contraditório está a se erguer, se bem que
caracterizado, por vezes, por impulsos reacionários e religiosos, em defesa da
“antiga normalidade”.
Apesar disso, este magma não se deixa cooptar por alguma organização
política que sirva enquanto intermediação entre os protestos e o Estado,
fazendo com que a raiva transborde e gere episódios de cólera coletiva e
individual, lançando, assim, sementes de revoltas espontâneas.
Sábado 18 de dezembro, no CCL, vamos conversar sobre o impacto das
tecnologias trazidas pela quarta revolução industrial nas nossas vidas e das
consequências dessa viragem autoritária do Estado. A seguir, haverá um jantar
benefit para alguns companheiros italianos atingidos pela operação repressiva
“Sibilla” (novembro 2021).