terça-feira, 2 de novembro de 2021

Manifestação: Contra todas as Prisões | Dia 6 de Novembro às 15h | Estabelecimento Prisional de Lisboa

 
Divulgamos:

Contra todas as Prisões
Dia 6 de Novembro às 15h
em frente ao Estabelecimento Prisional de Lisboa


«Desde o início deste ano até 29 de Setembro morreram 27 pessoas nas prisões portuguesas. Em 2020, foram contabilizadas 75 mortes, 54 por doença e 21 por "suicídio" (nove delas no Estabelecimento Prisional de Lisboa) segundo o relatório anual de segurança interna. Portugal é um dos países da Europa onde mais pessoas morrem na prisão.
No dia 15 de setembro morreram três pessoas: Danijoy Pontes e Daniel Rodrigues no EPL, e outra em Alcoentre. Danijoy tinha apenas 23 anos e Daniel Rodrigues tinha 37. O Estado justifica o elevado número de mortes com o facto da população prisional portuguesa ser das mais envelhecidas, mas, como é evidente por estas duas mortes recentes no EPL, os jovens saudáveis também morrem. E porquê? Porque para além de por si só o encerro ser já um acto de tortura contra qualquer ser humano, as condições nas prisões levam inevitavelmente à doença e à morte: comida podre; celas húmidas com pulgas e percevejos; condições de higiene precárias que colocam em risco a saúde das pessoas presas; atenção médica insuficiente OU reiteradamente ignorada; administração de medicamentos aleatória sem diagnóstico comunicado à pessoa presa ou aos seus familiares; etc. A tudo isto acrescentam-se os castigos, as torturas e a violência praticada quotidianamente pelos guardas com total impunidade e o silêncio cúmplice dos seus superiores.
Por toda esta realidade que enfrentam os reclusos e os seus familiares facilmente se entende que a "reinserção" é uma grande mentira e que a missão das prisões é exclusivamente castigar a pobreza, retirando toda a dignidade àquelas pessoas que têm a infelicidade de acabar fechadas numa cela por ordem de um qualquer magistrado.
No dia 6 de novembro saímos à rua contra todas as prisões e por todas as pessoas presas, para demonstrar que não estão sós!»